domingo, 17 de abril de 2011

Cultura indiana

Ontem muito me arrependi de não ter ido com a câmera pro restaurante. Quando cheguei, às 2h, tava tendo aniversário de 1 ano de uma menina indiana, e as mulheres indianas usavam saris lindos, de cores vibrantes, muito brilho, muito dourado, muita maquiagem. Nas ocasiões especiais elas usam as roupas típicas, como naquela novela, mas ontem eram pessoas indianas de verdade, muito legal. Também tinha convidados irlandeses, que destoavam do restante do povo.
Eu adoro fotografar. Sempre me ofereço pra fazer fotos dos clientes quando vejo que estão com uma câmera. E foi assim que a família desse aniversário de ontem contratou o restaurante e ganhou uma fotógrafa de brinde. Fiz várias fotos lindas, não posadas.
Mais tarde, Dublin resolveu comer comida indiana. E todos foram para o mesmo restaurante e chegaram ao mesmo tempo. O lounge ficou lotado de gente esperando mesa. Eu trabalharia até às 23h, mas o gerente chegou pra mim e falou que se eu ficasse até fechar me pagaria o equivalente a mais 4 horas de trabalho. Claro que eu posso, chefe!
Um dos garçons tava de aniversário, então, depois de trabalhar quase 12 horas e limpar o restaurante de alto a baixo, teve coqueteis, cerveja e vinho pra galera. Eles são um povo muito feliz, que adora cantar e dançar. Foi muito divertido ver os meus colegas garçons cantando aquelas músicas indianas e fazendo coreografias. De novo tenho que dizer que, apesar de o intercâmbio ser pra Irlanda, é na cultura indiana que eu tô vivendo. De irish só conheço meu professor, e agora que as aulas acabaram nem essa convivência tenho mais. É com a comida, o povo e as músicas indianas que convivo. E me sinto totalmente à vontade com eles, em nenhum momento acontece exclusão por ser de uma cultura diferente. Só ficam o tempo todo pedindo pra eu sambar, mas aí explico que sou do sul do Brasil, e só voltam a me pedir pra sambar de novo dali a mais uma meia hora. Ontem eu tava ali com eles, naquele clima total final de “quem quer ser um milionário” e pensando... a gente compra um pacote de intercâmbio e não tem ideia do que está incluído!

A seguir, fotos que não tem nada a ver com esse texto!


St. Audeons Church, uma das mais antigas da cidade
Com a primavera, a cidade tá linda. Eu ando direto com a câmera, fotografando tuuudo!

Tenho ido direto ali no correio que fica ao lado da Guinness buscar os vinis que o meu amigo Roben comprou e vai vim buscar final de maio, né Roben?
O jardim da St. Patrick's Cathedral tá muito lindo, cheio de flor! Tenho feito um milhão de fotos!

Eu já contei que aqui os caixas automáticos ficam na parede, direto na calçada?

A minha dica pra quem tá vindo pra Irlanda é: traga um abridor de latas. A menos que você saiba como usar essa ferramenta medieval que eles usam


terça-feira, 12 de abril de 2011

Galway

Galway fica a oeste e foi lá que encontrei a verdadeira Irlanda, aquela que pesquisei no Google antes de vir para o intercâmbio, com vacas, ovelhas de fucinho e patas pretas, cercas feitas de pedra, lindas casinhas de campo. Da cidade, conheci mais o centro e o porto, onde sentamos na grama para descansar no fim da tarde, sentindo o cheiro do mar. Nosso passeio se concentrou em uma região a uma hora do centro, os Cliffs de Moher. Que são lindos de morrer!
Fomos de ônibus, porque é mais barato do que ir de trem. Se reservar on-line no site dessa empresa (http://www.citylink.ie/), os tickets têm desconto de 2,00 (mas já é alguma coisa). Ida e volta por € 18,00. No ônibus que vai direto são 2 horas e meia de viagem. Eu tava pensando em pedir informações na rodoviária sobre algum meio de transporte que levasse aos Cliffs. Mas não foi preciso. Antes de tirar o pé do ônibus já se vê um “tio” cheio de folderes sobre passeios próximos para os quais ele nos leva com a maior felicidade, desde que paguemos €15 cada um.
E foi em um micro-ônibus desse tio que sabe tudo de marketing direto que, depois de mais uma hora chacoalhando numas estradinhas bucólicas do countryside irlandês, chegamos ao Cliffs de Moher. Não sem antes fazer um pit-stop em um restaurante com banheiros limpos e mesas do lado de fora para quem, assim como eu, precisa economizar e levou o próprio sanduíche de almoço. Aqui o xixi foi grátis, mas na rodoviária pagamos € 0,20.
Mas a beleza natural do lugar vale cada centavo. É uma vista para alimentar a alma. E fomos em uma época perfeita. Com a primavera, em cada metro quadrado de grama verde explodem dezenas de flores amarelas. A vista é linda por todo o trecho, o que obrigou o Marcos e eu (que adoramos fotografia) a fotografar tudo, inclusive enquanto estávamos em movimento no micro-ônibus. Fiquei amiga do nosso motorista, o irlandês John, que atendeu todos os meus pedidos de parar para fotografar as ovelhas “de cara preta” e de nos levar a ruínas (ruínas medievais em paisagem campestre florida são um indício forte de fotos perfeitas!).
E a viagem foi revigorante, como costumam ser todas as viagens boas. É um passeio barato, que não toma mais do que um dia, e que vale muito a pena ser feito por quem está aqui. Deixamos Galway ainda com sol (agora anoitece por volta das 19h15, para compensar os meses de inverno, quando a noite chegava antes das 17h). E é assim, ensolarada, florida e com o barulho do mar esculpindo as rochas, que vou lembrar de Galway, um lugar para o qual o meu pensamento deve se voltar muitas vezes.


Cemitério do Século XII, que ainda é usado - encontramos um túmulo de 1993

Nosso motorista John, que teve muita paciência em parar pra eu fotografar as ovelhas de cara preta

Centro da cidade

A seguir, fotos do Marcos