sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dublinbikes e Bin tags

Dublinbikes

A "bicicletas de Dublin" é um sistema de aluguel self-service que existe há 14 anos. Existem 40 terminais no centro da cidade para incentivar as pessoas a pedalar ao invés de sair de carro. Você pode fazer on line um cartão válido por 1 ano ou comprar tickets válidos por 3 dias para andar o quanto quiser. Pega a bicicleta em um terminal e deixa ela no terminal mais próximo do seu destino, usando seu cartão e senha para liberar e trancar a bicicleta de volta. O cartão de um ano custa € 10 e o ticket de 3 dias custa € 2. É bem comum, mesmo nesses dias frios, ver pessoas de todas as idades pedalando. Tem uns caras que vão trabalhar de terno, gravata e bicicleta. Meninas de vestido e salto também.
Mais informações http://www.dublinbikes.ie/.
Bin tags

Lixo na Irlanda é coisa séria. E cara! No prédio que eu moro agora é obrigatório o uso das bin tags em cada saco de lixo que colocamos na calçada para ser recolhido. São selos vendidos nos Correios e cada um custa € 3. Ou seja, para cada saco de lixo que produzimos, € 3 são jogados fora. Literalmente. No prédio que eu morava antes tinha um espaço na garagem para todos os apartamentos depositarem seu lixo e, a cada 15 dias, vinha um caminhão de uma empresa particular que o condomínio contratou para recolher. O valor por esse serviço devia estar incluído no aluguel. No restaurante vai de vez em quando um cara com uma van recolher os vários sacos que juntamos, daí não precisa as bin tags. Mas na maioria dos prédios do centro, principalmente os menores, funciona o sistema das bin tags. Tem quem se arrisque a largar os sacos sem os selos, mas se descobrem de que apartamento veio aquele lixo, se tem qualquer papel dentro com um nome, enviam uma multa de, no mínimo, € 100. Melhor não arriscar.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mudança

Obrigada Roben, André e Samantha pelos comentários! Fico muito feliz de saber que vocês estão lendo o blog, porque assim ficam mais perto de mim. Samantha, não sabia de tua veia filosófica, mas adorei a reflexão heheheheh.
Hoje, antes de ir pro restaurante, saí pra deixar uns currículos em restaurantes aqui de perto. Porque trabalhar perto de casa é tudo de bom! No segundo que cheguei, um restaurante bem bom a 5 minutos do meu prédio, a garçonete já estava dizendo que o gerente não estava, mas que eu podia deixar o currículo que ela entregaria. Isso é de praxe, porque os gerentes não atendem todos que passam deixando currículo. E a gente sabe que a maioria dos nossos CV's vão parar no lixo, porque algumas garçonetes não entregam mesmo. Daí tava tirando um CV da pastinha, bem desmotivada, achando que era mais um que iria fora, quando veio um cara lá de dentro (o gerente) e começou a me fazer perguntas. Ele viu que se tratava de alguém pedindo emprego, deve ter gostado da minha cara, e veio falar comigo. Nem olhou o currículo. Daí me perguntou se eu tenho experiência e eu disse que no restaurante que trabalho agora faço tudo exceto cozinhar. Perguntou também de onde sou e disse que voltasse às 4 da tarde pra fazer um teste, depois de trocar de roupa e ficar toda de preto. Nem acreditei!
O teste foi tranquilo porque tinham poucos clientes e durou menos de 2 horas. Limpei mesas, escaldei e sequei os talheres que vêm da cozinha, arrumei mesas, sequei e guardei copos, tudo que estou super acostumada a fazer no Green Chilli. Acho que até é mais fácil que lá porque acho que não vou ter que atender telefone, e o gerente disse que não falasse com os clientes (! eu já tava toda comunicativa pelas mesas...). À noite ele iria testar outra menina e agora estou esperando a ligação pra saber qual ele escolheu. Nem sei quanto pagam por hora, mas com certeza é mais do que 5.
Sexta fiquei sozinha me despedindo do apartamento 25 da Egali, onde morei praticamente 2 meses e se pudesse ficaria até o final do intercâmbio. Sábado chegaram 6 pessoas, 3 do RS e 3 de SC. Fiquei completamente atordoada. Tava dormindo sozinha no quarto por uns 20 dias e usando um banheiro só pra mim. De repente tinha mala pra todo lado e eles ficavam me perguntando as mesmas coisas 428 vezes. Mas bem queridos. Apesar de ter ficado zonza pra decorar os novos nomes, nos demos muito bem. Domingo assumi o papel de guia e fui levar a galera para o primeiro passeio deles por Dublin. Tava um dia gelado e chuvoso, mas o nosso passeio foi bem legal. De vez em quando achava que eles estavam logo atrás de mim e descobria o pessoal duas quadras atrás encantados com algum prédio ou vitrine, como a da loja especializada em All Star (né, Juliana?).Percebi que eu ainda não havia fotografado lugares lindos só porque eu passo por ali com frequência e já estou achando comuns. Mas quando eu voltar vou querer ter lembrança de cada cantinho bonito daqui, cada prédio antigo, cada praça. Aproveitei pra fotografar a Christ Church e a San Patrick Cathedral, das quais ainda não tinha nenhuma foto. O perigo de a gente ficar deixando pra fotografar depois é acabar esquecendo e não levar a lembrança. Nosso tour terminou na Penneyes, onde eles fizeram a festa com os preços baixos. Até eu comprei (uma bota por € 4,00, mas comprei).
Terça teve festa de formatura de um sobrinho do boss no Green Chilli. Casa lotada. Dia seguinte de faxina pesada, e eu toda dolorida da mudança. Como tinha criança na festa, tive catar muito da comida no chão na hora da limpeza.
 
Esse padre surgiu ali na porta com essa roupinha que combina tanto com a igreja, que não pude resistir a uma foto. Ele xingou sete gerações minhas por eu ter feito a foto. Pedi desculpas 20 vezes e ele seguia me xingando
A Saint Patrick Cathedral tem um jardim lindo. Quando nevar volto lá pra fazer mais umas fotos. Essa igreja é um ponto de referência em Dublin 8
 
Parte do jardim da Saint Patrick


sábado, 20 de novembro de 2010

Novo apartamento, nova mudança

 
O Asim, meu colega da Arábia Saudita, leu o blog (com ajuda do Google tradutor) e disse que escrevendo eu pareço uma pessoa triste, apesar de pessoalmente ser feliz. Sei lá, mas fazer o que se por enquanto tive uns quantos problemas? A melhor parte do intercâmbio até agora é conviver com pessoas de diferentes partes do mundo mesmo, saber das diferentes culturas.

Essa pracinha fica bem em frente ao restaurante. Tem uma pedra com o nome do bairro, Stoneybatter



 

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Chove

Chove desde segunda. O meu All Star branco é marrom. Perdi a conta de quantos banhos de chuva já tomei e de quantas vezes a sombrinha virou. Porque o vento norte de Santa Maria definitivamente se transferiu pra Dublin. Mas raramente é aquela chuva “gorda”, com pingos expressivos. Quase sempre uma chuvinha rala e gelada, pulverizando. Não se ouve a chuva de dentro de casa, como no país tropical.
Esta semana troquei com a Débora e trabalhei segunda e terça. Na terça o gerente sumiu, me deixou sozinha atendendo uma mesa e o telefone. Quando os pratos dessa mesa vieram no elevador da cozinha, onde as comidas são preparadas, estavam lá no fundo e eu não alcanço. Liguei cinco vezes pro Ahmed e nada. Depois vi que ele tinha esquecido o cel ali. As minhas opções eram falar com boss pelo interfone ou pedir pro cliente pegar seu próprio prato no elevador. Interfonei e disse que mandaria o elevador com os pratos de volta, e pedi que ele colocasse mais na ponta. Antes de desligar, ouvi ele me chamar de “bastard” (bastarda), o que pra eles é uma ofensa horrorosa. E pra eles as palavras têm um peso diferente do da nossa cultura. Os indianos tratam casamento pros filhos pela palavra, os irlandeses não usam dar recibo quando alugam um apartamento porque fica acertado verbalmente que já foi pago... Então fiquei muito chateada, não pelo valor semântico da palavra, que em Português nem chega a ser uma ofensa, mas pela falta de respeito. Afinal, eu não mandei me deixarem sozinha e tava fazendo o meu melhor. Expliquei pro gerente que estava ofendida e quando o boss finalmente desceu da cozinha pra ir embora, às 10 e meia, perguntei do que ele tinha me chamado no interfone. Ele se fez bem de louco que não lembrava. Mas o fato é que eles não tem o hábito de respeitar as mulheres no trabalho, nos negócios. E eu não tenho vontade de trabalhar mais lá, por uma série de motivos. Na verdade o que mais me ofende é a exploração. Pagar 5 quando o mínimo é de 8,65 por hora é a pior ofensa que alguém pode me fazer.
Ontem saí pra entregar currículos em lojas do shopping Jervis que vi on line que tinham vagas. E fiquei sabendo dessas vagas bem por acaso. Tava procurando onde fica o “Jervis Place”, porque tem um apartamento lá pra eu visitar amanhã, e entrei no site do shopping por acaso. Daí me inscrevi on line e fui lá deixar CV. Uma das lojas é a Schuh (que eu não sei como se pronuncia), e a vaga é, na verdade, pra loja que fica na O'Connel Street, e não no Jervis. É uma loja de sapatos que tem muuuuitos sapatos, inclusive All Star e galochas, que eu amo. (isso não vai prestar). E o melhor é que pagam 10,55 por hora. Quero muito que me chamem! Hoje depois da aula passei na loja da O'Connel, onde inclusive a moça da loja do shopping me disse que tem algumas brasileiras atendendo, pra deixar o currículo também. Mas me disseram que era melhor entregar junto com o meu comprovante de inscrição on line pra vaga, que eles mandam uma confirmação pro e-mail.
Ontem, enquanto deixava CV em uma das lojas, estava conversando com o gerente e saí com a frase, super espontânea, “yes, I'm student, but I can drive my time”, achando que estava dizendo que apesar de estar estudando eu daria um jeito com os horários e poderia trabalhar full time, que são as 8 horas por dia. Só que na hora soou estranho e eu percebi que nunca tinha ouvido ninguém dizer desse jeito. Hoje na aula perguntei e o professor confirmou. De fato, essa expressão não existe! Praticar um idioma tem dessas coisas.
Hoje fiquei sabendo pela colega Mariana, que é de Vitória, ES, que a biblioteca fica na Galeria Ilac, que é aqui ao lado do prédio e que eu atravesso todos os dias pra ir pro lado par da cidade. Eu já tinha ouvido falar de uma biblioteca onde a gente pode fazer aulas adicionais de qualquer idioma gratuitamente, mas não imaginava que fosse do lado de onde eu moro. Já tenho a minha carteirinha e já peguei o primeiro livro (The lost Prophecies – an historical mystery by the medieval murderers, ou seja, alguma coisa do tipo “as profecias perdidas – mistérios históricos de assassinatos medievais). Além das aulas e dos livros, que a gente tem 3 semanas pra ler e pode renovar, ainda tem DVDs pra ficar por uma semana. Beleza! Já tô louca pra alugar um apartamento que tenha DVD pra assistir mil filmes. Aqui a TV funciona com cartão, como um telefone pré-pago. E o número de canais também depende do cartão, dos créditos que tu comprou. Comprar uma TV é barato. O problema é pagar todo mês pela programação com esses cartões. Os canais jornalísticos repetem a mesma notícia trocentas vezes. E os repórteres fazem as chamadas e as entrevistas com uma empolgação, uma entonação super estranha, comparado ao nosso jornalismo “sou imparcial/ nada me abala”. Aqui não existe aquela história de dar todas as notícias como se fossem a mesma, com a mesma entonação. Os repórteres “entram no clima”. Parece um teatro. Sandra Anemberg iria se dar bem! E as propagandas, os textos publicitários, na maioria fraquinhos, sem a nossa criatividade e malícia latina, com humor pouco inteligente e óbvio demais pro meu gosto. É tudo muito explicado e propagandas com depoimentos estão no auge. Ah, e tem também as propagandas que eu não fico sabendo qual produto estão anunciando...


Vou providenciar um photoshop pra recortar essas fotos, prometo...



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

pra Samantha

hahahah, mas eu adoro os teus comentários! Que, aliás, são os únicos hehehehe...
O banho frio é o seguinte. Aqui na Irlanda chuveiro elétrico é mais raro que trevo de 4 folhas. O normal é chuveiro a gás ou, como é o caso desse apartamento onde estou, com boiler. Pra não gastar muito em energia elétrica, o sistema de aquecimento por boiler fica programado para aquecer a água do banho e das torneiras em determinados períodos do dia, a critério dos moradores ou, como é o nosso caso, do representante da agência aqui em Dublin, porque eu ainda tô no ap da Egali. Só que se alguém vai ali e mexe ou se não está programado corretamente, a gente corre o risco de ir pro banho e não ter água quente. E não adianta ligar na hora, porque leva de 30 a 45 minutos pra aquecer.
É isso... Outro dia conto sobre o esquema da televisão aqui, que também é diferente.
Agora a gente dá valor pra pequenas coisinhas aí do Brasil, como água potável abundante e barata, eletrecidade relativamente barata, apartamentos com 2 banheiros, janela em banheiros (sim, aqui os banheiros são, na maioria, sem janelas. Bem fácil de ficar tudo mofado e com cheiro ruim), TV aberta free... Não reclamem de ter só Faustão pra assistir domingo de tarde, porque tem gente que não tem nada de programação grátis, mas depois explico melhor.
Segue comentando e qualquer dúvida é só me perguntar.  
Abraço Samantha!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Equipe Green Chilli Restaurant

Tá aí pra vocês conhecerem com quem eu trabalho. O gerente Ahmed e a workmate Débora. E eu já pronta pra ir embora, com a super touca. Isso foi ontem, Halloween, um dia cheio de clientes, mas fraco de gorjetas e sem jantar pra nós.