sábado, 30 de outubro de 2010

Malahide

Acordei 10 horas, tomei um super café da manhã, banho (frio) e fui para Malahide. Eu já tinha ouvido falar que, dos lugares por aqui perto, é o mais bonito. Sabia que tem um castelo e isso por si só já é razão pra eu me tocar pro lugar...
Fui de trem (4,20) porque eu não me toquei que dava pra ir direto de ônibus. Malahide é um pouco mais distante que Howth, e como esse um vilarejo que deve ter evoluído do burgo que cercava o castelo com comércio e novidades.
E o castelo é mesmo o melhor do lugar. Apesar de pequeno, é lindo. O acesso para chegar nele é uma trilha cortando a floresta, que graças ao outono está coberta de folhas secas e laranja de plátanos. Esse castelo foi moradia da família Talbot, originários dos normandos franceses, por cerca de 800 anos. Por 7,50 (valor para adultos desprovidos da carteirinha de estudante) fizemos um passeio guiado pelos principais aposentos. Dá pra ver utensílios, mobília, roupas, sapatos, sofás, lustres, cadeiras de madeira e muito estilo rococó. O entorno do teto das salas de estar tem desenhos em alto relevo de pássaros, flores e frutas. O carpete é fofo. Uma pena que não dá pra fotografar lá dentro. No térreo do castelo funcionam um restaurante e uma lojinha, que empresta apostilas com a tradução da explicação da guia em vários idiomas. Dá vontade de comprar tudo na lojinha. Fotografei as coisas de que mais gostei, porque tem tudo igual nas lojas Carrols aqui do Centro e vou comprar mais perto da data de voltar.
Como um dos últimos Talbot foi diplomata na China e no Egito, alguns tapetes e objetos são oriundos desses países. É muito legal estar ali, entre as mesmas quatro paredes em que já viveram gerações de uma época tão diferente. Um dos Talbot se interessava por jardinagem e isso fez com que tivessem uma extensa área em frente ao castelo destinada a jardins de passeio. Hoje, parte desta área virou campo de golfe e quadras de tênis.
Andando pela vila achamos uma papelaria (ainda não encontrei nenhuma em Dublin). Finalmente comprei um “liquid paper”, que tava procurando desde que cheguei, lápis e clipes. Mas a vila é tão bonitinha que dá vontade de ir morar lá. Eu gostaria de me mudar pra alguma cidadezinha bem interiorana e pacata depois que o curso terminar, em março. Tô achando tranquilo andar aqui em Dublin, mas ainda mantenho o hábito de me perder de vez em quando. Quinta depois da aula fui levar currículo em uma agência e, claro, me perdi pra voltar.
Voltar de ônibus foi legal não só pela economia (2,20) como também para aproveitar a vista. Vimos casas lindas. Parecem aquelas casinhas do mini-mundo, de Gramado. São Pedro colaborou mais uma vez. Apesar da chuva e do dia feio de ontem, hoje teve sol o tempo todo e não estava frio.
Na volta passei na feirinha aqui do lado de casa e comprei tomates, que aqui são pequenos e perfeitinhos, e maçãs. Na feira sai bem mais barato comprar frutas e verduras do que no mercado. É engraçado que na feira, ao lado das bancas de frutas e verduras, têm uma ou outra banca vendendo chocolate, como Kinder e Toblerone, por preços mais interessantes que no mercado também. Mas eu nunca tinha visto chocolate sendo vendido em feira. Só o que não é muito legal é que eles estipulam uma grande quantidade por determinado valor. Por exemplo, 5 pimentões por 1 euro. Mas não vale a pena comprar 5 pimentões de uma vez que estraga... E não deixam a gente escolher os produtos. Os feirantes que escolhem e colocam no saco, metade lindos, metade podres...
Essa igreja fica bem em frente à parada de ônibus. Achei parecida com aquela de Canela (RS)

 


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

U2

Por aqui os pubs abrem cedo, por volta das 15 ou 16 horas, e já tem música ao vivo e galera bebendo Guinness nesse horário. É muito comum cantarem U2.
É emocionante andar distraída pela rua e de repente ser lembrada pelo som que vem de dentro de um desses pubs de que estou na Irlanda. Porque ouvir U2 é sempre bom, mas ouvir em Dublin é melhor!
O clipe de "Sweetest thing", a minha preferida,  foi gravado aqui. Pra quem quiser ver um pouquinho da cidade...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dia feliz

Consegui o dinheiro do depósito e do aluguel da casa que morei por aqueles dias. No fim, paguei 9 dias, 4 que estive lá e 5 perdidos porque já havia mudado de volta pra Egali House. Tava com medo de perder todo esse mês de aluguel. Thanks God! Daí já passei no banco e depositei parte da grana. Amo depositar na minha conta!
De tarde um amigo do Hudson esteve aqui e deu umas dicas sobre agências de empregos. Tô convencida que essa é a melhor forma de achar trabalho. E ontem o Ahmed me disse que a menina que está trabalhando nos finais de semana é na verdade a garçonete oficial, que estava de férias. Agora eu e a Débora só vamos trabalhar duas vezes por semana. Ou seja, achar outro emprego é a prioridade do momento.
Mais tarde veio aqui o dono do ap. Eu, bem metida, conversei com ele em inglês. Não perco uma oportunidade...

Esse é o Leprechaun, gnomo mascote da Irlanda. Apesar de antes de vir eu ter encontrado um monte de informações relacionando a Irlanda a mitos, lendas e crendices sobre seres míticos da natureza, desde que cheguei não ouvi nada disso. Só vi esses duendes que tem pra vender em toda loja de souvernis


Depois de fazer um intercâmbio, pelo menos quem precisa trabalhar, e precisa da grana desse trabalho pra pagar aluguel e comer, nunca mais vai ver certas situações da mesma maneira. A gente nunca mais vai olhar da mesma forma pra um jornaleiro, uma garçonete, uma faxineira, um entregador de flyer. Porque esses são os empregos que a gente consegue por aqui, pelo menos a maioria de nós. E agora sabemos como é estar na pele de quem rala nessas profissões.
Eu, com certeza, nunca mais vou a um restaurante da mesma forma como ia antes. E nem é que eu fosse uma chata, exigindo isso e aquilo. Mas é que agora eu sei de detalhes do exercício da profissão, como o peso de uma bandeja, a pressa pra ajeitar o gelo nos copos, pra lavar os pratos. Sempre que eu ligar pra uma tele entrega vou me reportar ao balcão do Green Chilli, pra onde eu corro com as mãos ainda molhadas da pia quando escuto o telefone porque tem que atender o cliente o mais rápido possível. E agora eu entendo porque, as vezes, o refri chega morno, o pedido chega trocado... Agora esses errinhos são tão compreensíveis...





segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ainda Howth

A Sabrina convidou a Jenifer pra jantar com a gente depois do passeio. Achamos que ela não viria, mas aqui está a Jenifer. Jantamos juntos, rimos muito ensinando uns pros outros aquelas frases do tipo "o rato roeu a roupa do rei...", que em inglês são as tongue twister. A Jenifer nos ensinou algumas em espanhol e em inglês. Agora são meia noite e 40 e ela ainda tá aqui falando com a gente sobre os mais diversos assuntos.
As fotos a seguir são da Karyne e do Hudson Passos.

No jardim do castelo tinha muitas dessas plantas, com essas frutinhas vermelhas que eu jurei que fossem falsas. Parecem de plástico, mas são reais.


Howth

Hoje, dia 25 de outubro, é feriado na República da Irlanda. E, como a maioria dos feriados por aqui, relacionado à folga dos Bancos.
Como não tinha aula e é meu dia de folga no restaurante, fui com o pessoal do apartamento para Howth, que é como uma cidadezinha bem próxima de Dublin. Na Irlanda não tem Estados e sim condados. Howth pertence ao condado de Dublin e fica a mais ou menos meia hora de ônibus, como Santa Maria e Camobi.
Preparamos nossas mochilas com lanche para passar a tarde. Eu fiz 2 sandubas de queijo e levei ainda uma coca, uma garrafa d'água e um bolo de Halloween (que na verdade é um panetone). Comi só um sanduíche.
Nós íamos de Dart, o trem daqui. Só que como é feriado as estações do centro não estavam operando. Pegamos um bus então, mas como não pegamos o mais certo, tivemos que descer perto, andar até uma estação de Dart e viajar mais um pouquinho. (ida = ônibus 2,20 + Dart 1,65)
O mais demorado foi esperar o ônibus chegar na parada. A Sabrina pediu informações pra uma moça que ficou nossa amiga e andou com a gente a tarde toda, a americana Jenifer.
Howth é um lugar a beira mar, com ares de vila e super charmoso. Visitamos um castelo que está transformado em escola de culinária e depois caminhamos até um farol. Na volta compramos um peixe que agora o Hudson tá fazendo recheado com alho poró, cebolas, carne de siri, tomate e umas batatas assando. E segundo ele, “um restê de polentê”, porque tudo que é em francês é mais chique.
Tarde muito boa. Apesar de termos caminhado bastante, não deu pra cansar. E o sol colaborou. Tava um dia lindo. Apesar do vento frio perto do mar.

segundo andar do ônibus

 estação do Dart



Estação do Dart em Howth



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

IRA

O original Exército Republicano Irlandês (Irish Republican Army ou IRA) era um exército que durou até 1921, que lutava pela independência da Irlanda. Desde então, tem havido vários outros grupos que usam esse nome. Hoje existem o Provisional IRA e dois outros grupos menores que se dissiparam deste, o IRA continuidade e o Real IRA.

As atividades do IRA têm incluído bombardeios, assassinatos, sequestros, pancadaria, extorsão, contrabando e roubos. Antes do cessar fogo, em 1997, o grupo estava conduzindo campanhas de bombardeios em vários alvos no norte da Irlanda e na Inglaterra. A recusa do grupo em 2004 em permitir documentação fotográfica sobre o processo de demolição do armamento foi um obstáculo ao Acordo de Belfast (capital da Irlanda do Norte). Previamente o grupo havia se desfeito de armas leves, médias e pesadas, munição e explosivos em três etapas. No entanto, acredita-se que o IRA ainda mantém atividades paramilitares.

A extensão criminal das atividades do grupo reportadas provê o IRA e o partido político Sinn Fein com milhões de dólares por ano. Em 2004 o IRA esteve implicado em dois significantes roubos, um envolvendo quase 50 milhões. No passado, o IRA recebeu apoio de uma variedade de países, como treinamento militar e armas da Líbia. Semelhanças nas operações sugerem conexões com o ETA (grupo terrorista da Espanha) e as FARC (da Colômbia). Em agosto de 2002, três possíveis membros do IRA foram presos na Colômbia acusados de conduzir atividades com explosivos”.
(texto adaptado de um que usamos na aula)

A gente aprende pro vestibular que a desavença entre República da Irlanda e Irlanda do Norte tem uma motivação religiosa, já que a República da Irlanda é católica e resistiu à dominação inglesa, enquanto à Irlanda do Norte é protestante e apoia a Rainha. Mas no fim é uma questão muito mais política do que religiosa. Diz o meu professor que os melhores cargos, os melhores empregos, os melhores salários eram sempre pros protestantes. E isso gerou anos de descontentamento entre os católicos do sul, Daí o surgimento de grupos guerrilheiros paramilitares com o objetivo de expulsar a dominação britânica e fazer retaliação frente aos protestantes do norte.

Uma outra professora da escola disse que ainda hoje rola um estresse entre os irlandeses do sul e do norte. Mas dizem também que Belfast é linda e que não dá pra deixar de conhecer. Quero muito ir pra lá.

Mas a religiosidade tá presente em toda Irlanda. Aqui em Dublin deve ter pelo menos uma igreja a cada quarteirão. Usar as igrejas como ponto de referência pra achar algum lugar pode ser um convite a se perder, a menos que você saiba o nome delas certinho. Tem duas coisas que não dá pra sair daqui sem fazer: beber uma guiness e entrar em pelo menos uma igreja.

E a maioria das escolas ainda mantém o regime de “apharteid” entre meninos e meninas. E tem também os uniformes, que já comentei aqui.

Essa semana tá começando um friozão. Quase zero grau. Tipo o nosso inverno rigoroso de Santa Maria, e ainda é só o outono. Dentro de casa a gente tá com os aquecedores ligados. E hoje veio uma chuva que molhou a calçada agora há pouco, porque normalmente a chuva é só uma garoa pulverizando a cidade. Agora estamos aqui no ap 25 da Egali eu, a Sabrina, o casal Hudson e Karyne e a Marcela. As gurias estão fazendo uma galinha escabelada e eu tô descansando que fiz faxina de tarde.

Voltar depois das 11 da noite do restaurante dá um medão quando passo por algumas ruas meio desertas, mas a paisagem compensa. A imagem das igrejas antigas, dos prédios de pedras sob a névoa da geada é pra ficar na lembrança forever.


De volta à antiga casa

Domingo conversei com as gurias sobre continuar procurando outro lugar para morar, mais próximo do meu ideal. Segunda o Vagner, da Egali, fez uma promoção no valor do aluguel e na terça mesmo me mudei de volta pro mesmo apartamento, mesmo quarto, mesmo tudo que estava antes. Uma pena essa promoção não ter acontecido dois dias antes. Eu teria deixado de perder uma grana, cansar um monte e tal...

Sim, porque agora, enquanto não entrar outra menina lá, eu estou pagando dois aluguéis. Preciso muito conseguir alguém pra ficar lá e me pagar os dias de aluguel que já havia pago e o depósito. Cheguei a fazer um orkut pra divulgar a vaga, mas não consegui postar. O orkut é mais complexo do que supunha minha vã filosofia. Nem no Daft.

Como tô fisicamente quebrada, pedi pro Vagner me ajudar com a mudança e ele foi na casa pra pegar a mala, na boa. Mesmo assim tive que fazer duas viagens, pra voltar lá com a mala vazia e trazer edredon e travesseiros. Voltamos eu, o pote com metade do molho de tomate para macarrão e o sabão em pó de 2,5 Kg. Tô com uma dor no ombro esquerdo de carregar peso. E nem precisaria ter saído da Egali House. Que merda!

Ontem o Ahmed deu sexta e sábado de folga pra mim e pra Débora. Então hoje, como não tinha aula e eu teria o dia todinho pra mim, dormi até tarde, acordei e fui imprimir o currículo grátis numa agência que tem a uma quadra daqui pra sair a distribuir. Foquei nos restaurantes italianos (acho importante vender uma coisa que gosto!) agora que tenho uma certa experiência em um restaurante daqui. Deixei também no Centra da Dame Street, rua da Abbey College, porque cada vez que eu vou lá comprar baguete tem uma pessoa diferente atendendo, de uma nacionalidade diferente. Já que a rotatividade é alta, talvez tenha uma vaguinha... O meu objetivo é arranjar um trabalho que pague mais por hora pra eu não precisar trabalhar tantas horas. O certo agora que ainda tenho aula seria trabalhar só 20h por semana, mas tenho trabalhado entre 30 e 35. E de preferência que seja diurno, porque morro de medo de voltar sozinha depois das 11h.

Lá no restaurante, desde que o dono é que está de chef, não rola mais janta pra mim. Ontem tava morta de fome e implorei pro Ahmed uma porção de batata frita, que ele pediu às escondidas pra equipe da cozinha, sem o boss saber, e me fez comer bem rápido. Vai entender... Agora há pouco ele me ligou desistindo da folga e mandando eu estar lá em 15 minutos. Chato, hein? Eu quero ficar em casa agora. Quem mandou dizer que eu teria folga?

Obrigada Magali por me enviar o papel com a discriminação dos clientes que pagaram os anúncios da Revista do Clube. Eu preciso desse documento todo mês pra conferir o que faltou me pagarem... Ela me pediu pra levar um gnomo ou duende de presente. Pelo tanto que incomodo a Maga, vou ter que levar um gnomo vivo num vidrinho!

Quarta depois da aula fui almoçar com a colega Lily. Fomos a uma galeria que tem restaurante de várias nacionalidades. Eu comi uma baguete italiana e a Lily um prato de comida indiana. Hoje voltei lá pra deixar currículo.



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Compras


Antes da mudança saí pras compras… na Penneys, claro! E depois comprei um secador de cabelo por 7 euros! Se durar até o fim do inverno já tô feliz. Só pra fazer uma comparação, o secador custou a mesma coisa que o colírio que precisei comprar, que o meu acabou.
Eu vou contar os preços porque quando eu tava no Brasil lendo o blog de outros intercambistas, eu adorava saber os preços daqui. E roupa realmente é bem barato.

2 travesseiros = 6 euros
Conjunto de 2 toalhas de banho + 2 toalhas de rosto = 10 euros (não são boas, largam pêlos, mas pelo menos são baratas!)
10 cabides = 5 euros
Capa de edredom + capa de almofada = 8
Edredom = 12

pantufa botinha - pra colocar o pijama pra dentro = 3 euros


chinelo fofo de abelha = 4 euros


touca com pêlos na testa e por dentro das orelhas - é feia, mas quente = 5 euros. E o frio aqui é grande. Me sinto naquele clipe do Elton John, "Nikita"

Há dias o Ahmed passa por mim no restaurante enquanto tô no telefone e me diz pra falar slowly. Eu já tô falando uma palavra e respiro, outra palavra e respiro. Daí ontem disse que não tem como falar mais devagar, que os clientes devem estar achar que estão falando com alguma retardada. Daí ele pegou o fone e fez como eu deveria falar. Era lower, mais baixo, e não mais devagar. Isso que dá, entre os amigos fica só falando na língua deles, mora aqui há anos e ainda não aprendeu inglês.

Segundo o meu professor, a palavra preferida dos irish é SORRY. De fato, sempre dizem quando esbarram na gente na rua. E quando quase esbarram também. E quando a esbarrada é só uma ameaça remota idem. Já eu, muito espontaneamente, falo OPA SORRY, porque o que sai primeiro é sempre o OPA! Da mesma forma quando alguém de carro pára pra eu atravessar, o que saí espontaneamente é BRIGADA!



domingo, 17 de outubro de 2010

ùltimos dias para a mudança

Nosso almoço de quarta passada. Eu, a Sabrina, o Dario e o Rezende. Fui gorda pra imigração de noite, porque almoçamos na metade da tarde. Era minha folga no restaurante

Um dos apartamentos que fomos olhar ficava praticamente dentro da fábrica da Guinness

Vista da sala do ap 25, da Egali House. Eu podia ir pro restaurante por essa rua aí da frente


Quarto de casal do 25, em que eu fiquei por uma semana


Vista do terraço - Spire of Dublin, monumento em forma de agulha, com 120 metros de altura, que fica na rua O'Connel, uma das principais. Bom pra ajudar na localização quando eu me perco

Vista do terraço

Vista diurna do terraço

Ah, obrigada a todos que têm acompanhado o blog!

Temple Bar, um dos pubs mais antigos de Dublin. A região em que se localiza é chamada área do Temple Bar (depois pesquiso a data)


domingo, 10 de outubro de 2010

Comida

Ontem, pelo terceiro dia, não me deram jantar no restaurante. Eu tinha almoçado uma baguete e não fui no mercado. Quando cheguei em casa, não tinha nada pra comer. Daí comprei um miojo do Dario. Trabalhar em restaurante e chegar em casa com fome é “um abuso”, como diria o Bolivar. Pelo menos ontem o banho foi quentinho.
Hoje acordei ao meio dia e fui no Tesco comprar comida. Ainda consegui pegar o “reduce”, que são produtos que estão por vencer hoje que eles colocam numa prateleira lá por menos da metade do preço. Comprei uma salada de camarão, com cenoura, tomate, alface, pepino, milho e maionese. Um pote de bom tamanho por 1,35 euros. Misturei com uma massa e ficou lindo. Ainda sobrou pra outra refeição. Eu tava com muita fome. Passei a noite sonhando que estava no Babette, o restaurante em Santa Maria que a mãe e eu almoçamos sempre. Pena que não senti muito o sabor do camarão por causa da gripe.
Vou seguir procurando ap amanhã, que tenho folga do trabalho. Por enquanto nada de bom apareceu. Eu queria morar perto da escola ou numa parte de Dublin 8 próxima ao rio, que fica tranquilo pra voltar do trabalho à noite.
Não sei se foram os flyers que os guris tem entregue nas ruas e residências com propaganda do restaurante, mas ontem o Green Chilli bombou. E pra piorar o dono estava lá. Faltou gelo e cerveja. Sobrou pisadas do gerente nos meus pés e estresse dos dois, do gerente e do boss. Eu e a Debora saimos com os pés inchados de ficar horas de pé, correndo de um lado para outro. Hoje deve ser o dia do pagamento. Feliz!
Daqui a pouco já saio pro restaurante de novo. Hoje tá um dia de cara fechada aqui em Dublin, parece que já vai chover. Perfeito pra ficar à toa, vendo filminho, mas não dá. Na real, não tenho nenhum dia totalmente de folga, porque quando não tem trabalho, tem aula...
Por falar em filme, um dos últimos que vi em casa foi de um empresário americano que precisa ir pra Índia pra reduzir o tempo de atendimento da equipe de telemarketing que mantém lá. Eu to mais ou menos fazendo um intercâmbio pra Índia tb todas as noites. Assim como o empresário do filme, acho que também fico resistindo à cultura deles e chocada com as diferenças dos hábitos. Nunca pensei que eu ia trabalhar dentro da novela "Caminho das Índias". Com direito a trilha sonora típica tocando desde a hora que eu entro no restaurante. Já contei que a música ambiente lá é com fita K7? Então... A cada meia hora o gerente troca o lado da fita.

sábado, 9 de outubro de 2010

Ap em Dublin 8

Hoje acordei e fui procurar o ap em Dublin 8, que é pra alugar um quarto pra Laiza e eu e no outro quarto ficam uma brasileira e uma coreana. Demorei um monte pra achar. É perto da St. Patrck Catedral e passa pela Christchurch. Pena que não levei a máquina, porque tem uns lugares lindos pra lá. Atravessei o jardim da St. Patrick e a vista da igreja de pedra é linda. Deu vontade de ficar ali sentada em um dos bancos.
Eu andava procurando com um mapa aberto e nem precisei pedir informação. As pessoas na rua viam eu olhando o mapa e se ofereciam pra ajudar, bem queridos. Só um cara me orientou e depois me convidou pra ir tomar uma Guinness, mas tudo tranquilo. Desde que cheguei no ap, as gurias pediram pra gente falar só em inglês, por causa da Chan, a coreana. Se for morar lá, isso vai ser ótimo pra ganhar fluência. E o ap é ótimo, com quartos amplos, nada de aperto, e eu e a Laiza teríamos um banheiro só pra nós. Tem sacada e é em um ponto bom da cidade. As gurias são bem legais. A brasileira que vai ficar tb é jornalista e elas gostam de sossego pra estudar. Além de manter o ap em ordem e limpo. Os únicos problemas são o preço, que está 30 euros acima do que eu queria pagar, e a localização, que talvez tenha que voltar de ônibus do restaurante.
Agora é esperar a Laiza voltar da viagem que ela foi fazer com o pessoal da Egali esse findi e conversar, porque na real não temos muitas opções. E tem outra coisa, as outras duas brasileiras só saem dia 1º de novembro, o que significa que a gente teria que ver com o Vagner pra ficar mais uns dias na Egali House (e dúvido que ele deixe sem a gente pagar um monte...) ou ficar do dia 16 ao dia 1º dormindo no sofá cama. Mas depois disso seria uma vida bem tranquila. Da escola também é um pouco longe. Dá uma meia hora de caminhada. Pelo menos até eu descobrir um caminho mais curto.
Ontem chegou o casal aqui no ap. E não foi um dia bom pra mim. Além de ter que me mudar de novo pra cama dentro do banheiro, quando cheguei do trabalho tive que tomar banho gelado. O que não fez muito bem pra minha gripe e febre. To podre agora. No trabalho, anotei um prato errado num pedido de delivery e a mulher mandou de volta e ligou reclamando. Caiu toda a Índia sobre a minha cabeça. Achei que o chefe iria me mandar embora ontem mesmo e cheguei a ficar feliz por isso. Não tenho tido tempo de procurar um emprego melhor porque vivo lá no restaurante agora. Hoje vou poder chegar às 5 de novo, porque o movimento anda nulo e ontem ficou tudo arrumado. Ontem, com febre, foi a minha estreia limpando banheiro e chão. Agradável, não¿
Não sei se é por causa da gripe, mas a TV ligada no volume máximo com essa chatice em inglês tá me irritando... Saudade de ouvir uma Globo em português. Queria a minha cama hoje.
Esperando dias melhores e um endereço pra breve.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Detalhes que dão charme à Dublin

Esse senhor fica todos os dias, quando não tá chovendo, desenhando e escrevendo poesia na calçada. Perto da Trinitty.

Campus da Trinity College. Uma das melhores universidades da Irlanda. Fica aberta para visitação e é onde fazemos a carteira de estudante
Trinity College


Biblioteca da Trinity College


Vista da frente da Trinity College

Pôr do sol - vista do Rio Liffey


Luas -  um dos trens de Dublin


Artista de rua - eles estão por todas as partes em Dublin


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Procurando Apartamento

Aproveitando a segunda folga da semana e à procura de apartamento. Ontem fiquei sabendo de um quarto que vai vagar, no mesmo prédio que o Dario e a Marcela têm amigos morando e que dizem é bem bom. Hoje fiquei sabendo que, coincidentemente, os outros moradores desse ap são meus colegas de aula. Amanhã eles me dizem se vai dar pra ir eu e a Laiza. E aí fica tudo certo. Lá o aluguel mensal é 237 euros + internet + luz. Tá dentro da faixa de preço que a gente tava procurando. E é em Dublin 8, um lugar bom da cidade. Tomara que dê tudo certo.
Hoje, na aula, fiquei sabendo que na Arábia Saudita não existem mendigos e a maioria das pessoas têm um alto padrão de vida. E que na Malásia o governo paga salário pros universitários. Será que entendi direito¿
Fiz a minha parte da massa com atum e ficou ótima! Ou eu que tava morrendo de fome, mesmo. Ontem comi super bem, mas deve ser fome acumulada dos primeiros dias aqui. No restaurante até já me deram outros pratos, mas só o que consigo comer, porque não tem tanto chilli, é o famoso Chicken Tikka Masala, que vem a ser peito de frango em cubos com um molho rosado que parece de creme de leite e umas ervas. Pra acompanhar eles servem o Pilou Rice, um arroz amarelo picante, ou outro arroz com ovo mexido, cenoura e outros legumes. Pra mim fazem um prato especial, porque o que servem normalmente pros clientes não consigo comer de tão picante. Mas é bom. Ontem eu já tava fazendo sugestões pra um cliente no telefone, porque a cada dia aprendo mais sobre os pratos.
O Dario e o Everton acabaram de chegar contando que conseguiram o “bico” de entregar flyer do restaurante durante o fim de semana. O Green Chilli é o restaurante indiano mais gaúcho de Dublin. Ontem, uma hora que o gerente me chamou, esqueci e respondi “Oooi”. Daí ele ficou repetindo OI o tempo todo e dizendo que tá aprendendo português. As vezes eu esqueço na aula também, quando a conversa tá fluindo, e falo alguma coisa em português. Na minha turma tem gente com inglês muito melhor que o meu e outros que não sabem nada.
Saí pra comprar caderno e sabonete em barra, o nosso sabonete normal de tomar banho. E não tive dificuldade pra escolher. Na lojinha “tudo por 2 euros” só tinha uma opção de caderno e uma de sabonete. Beleza!


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um pouco de tudo

Como reconhecer um estrangeiro no Reino Unido¿ É a pessoa que está olhando pro dois lados pra atravessar a rua.
Ainda não me acostumei com a mão “errada” daqui. Nas ruas mais movimentadas tem escrito logo na margem da calçada “olhe para a direita” ou “olhe para a esquerda” para evitar que muitos estrangeiros sejam atropelados. Também não me acostumei a levar sacola de casa pra trazer as compras do mercado. Outro dia vim abraçada em um pacote com 8 rolos de papel higiênico que estava em promoção. E em cima empilhei as outras compras.
Ontem eu e a Sabrina, que chegou sexta e também é jornalista, que voltamos carregadas de compras. Ela fez uma massa com atum pra gente e amanhã é a minha vez de cozinhar. Amanhã vai ser folga de novo. Fiquei com folgas nas segundas e quartas.
O trabalho é uma segunda aula de Inglês. Facilita aprendo mais com as necessidades de comunicação que surgem por lá do que na aula mesmo. O mais difícil pra mim ainda é entender no telefone qual o endereço do cliente. Os dois irlandeses que trabalham no restaurante com delivery precisam ligar pra pessoa pra confirmar o endereço sempre. Talvez por isso eles me odeiem e nunca me deem carona. O jeito vai ser estudar as ruas de Dublin 7, porque a maioria dos pedidos é de lá mesmo.
Agora eu moro em D1, estudo em D2 e trabalho em D7. Mas hoje já comecei a procurar ap, porque me mudo dia 16. Agora estou procurando vaga em apartamento do lado par da cidade, que dizem que é o mais seguro, pra mim e pra Laiza. Se ainda surgir um trabalho de au pair eu pego.
Admiro muito quem trabalha o dia inteiro e faz faculdade de noite. Ou faz duas faculdades simultaneamente. Nos dias que eu assisto 4h de aula e trabalho 7h, como hoje, fico podre. To aqui bêbada de sono.
O intercâmbio é para conhecer a Irlanda e a Europa, mas a gente acaba conhecendo um pouquinho mais também sobre o Brasil e sobre a nossa própria região. Por exemplo, conforme o lugar de origem de cada brasileiro, uns nçao entendem algumas expressões dos outros. “Vou me escovar” não siginifica pra todo mundo “vou escovar os dentes”. E descobri que nem todo brasileiro chama pano de prato de guardanapo, como eu. Isso além de outras peculiaridades sobre outras regiões do Brasil, porque tenho colegas de aula de outras partes que contam as diferenças. E a gente acaba aprendendo bastante sobre o país de origem dos colegas. Antes eu mal sabia pra que lado ficava a Malásia, agora convivo com pessoas de lá na aula e todo dia aprendo mais.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Drops

É muito bom trabalhar, mas um dia de folga é tudo de bom. Ainda mais que tô caindo de sono hoje.
Hoje me inscrevi para trabalhar na Penneys, que uma colega de aula que trabalha lá disse que eles estão recrutando pro Natal.
Hoje tivemos professor novo. Sai Adriana, entra Kevin, um irlandês do interior que tem senso de humor. Acho que os irlandeses tem muita dificuldade de pronunciar o BR. Ele chamava todo mundo pra ler, menos eu e o FaBRizio. E no restaurante só me chamam de “my friend”...
No último dia de aula da Adriana, quinta, ela falou sobre a Revolução na Irlanda em 1916. Dez líderes do IRA, que naquela época ainda não era um grupo terrorista, assassinaram 5 oficiais britânicos na O’Connel Street. As marcas de tiros continuam nos pilares em frente ao prédio do Correio. Segundo os irlandeses, os britânicos abusavam do poder e oprimiam os civis. Em represália, tropas britânicas atacaram grupos de rebeldes no episódio da história da Irlanda que ficou conhecido como Domingo Sangrento (Michael Collins – Bloody Sunday – da música do U2 mesmo).
O que mais se vê pelas ruas de Dublin são asiáticos e carrinhos de bebê. E asiáticos empurrando carrinhos de bebê. Aqui no prédio, no entanto, moram vários indianos. E tem alguém fazendo janta agora, 5 e meia da tarde, porque o cheiro de comida tá entrando pela janela. Tem muita mulher jovem grávida. Parece que o governo incentiva com auxílio em dinheiro conforme o número de filhos. Daqui a pouco, a Irlanda vai virar um Brasil ruivo.
Hoje consegui depositar o dinheiro na minha conta, mas ainda não recebi o cartão e a senha. O asiático que me atendeu no banco disse que o extrato vem pelo correio em 2 dias úteis. Duvido! Depois disso, fica faltando só ir na imigração pagar o visto. Espero que o cartão do BB funcione.

Gorjeta da semana - 25,66 euro - bem pouco comparado ao que o pessoal fala que fatura em um único dia com gorjetas em pubs, mas muito estimulante para uma segunda semana de intercâmbio



O meu nome no alfabeto do colega Yazeed, que é da Arábia Saudita

O meu nome no alfabeto da colega Jessica, que é da Malásia


Estátuas que fazem referência à Peste Negra, de 1340 - Bubonic Plague, The Black Death. Na mesma época aconteceu uma praga nas plantações de batatas, principal alimento dos irlandeses. Segundo meu professor, morreu um milhão de pessoas na Irlanda